Previsto para estrear em junho desse ano, no Teatro Porto Seguro, pelas mãos da 4Act Entretenimento, ‘A Era do Rock’ será a montagem nacional do musical da Broadway ‘Rock of Ages’. O musical será mais um rock musical a marcar presença no cenário do teatro musical brasileiro, gênero que vem fazendo muito sucesso no país nos últimos anos, com ‘Rent’; ‘We Will Rock You’; ‘O Musical Mamonas’; ‘Jesus Christ Superstar’; ‘Rock In Rio’ entre muitos outros.
Após ser um grande sucesso de crítica, o musical ficou em cartaz na Broadway por quase seis anos, atingindo a marca do 28° musical há mais tempo em cartaz nesse circuito. O segredo disso está na energia que o espetáculo traz: são pouquíssimos os musicais que proporcionam uma energia tão vibrante, em clima de festa de início a fim, deixando o público com vontade de pular da cadeira e dançar, com os já hits conhecidos.
A ideia do espetáculo surgiu a partir de uma viagem onde “Don't Stop Believin'” não parava de ser tocada, e a partir disso, os produtores, que já eram apaixonados pelos Ages, tiveram a ideia de criar um show (não necessariamente um espetáculo de musical tradicional da Broadway) com essa temática, onde terminaria com o clássico do Journey.
O foco dos produtores era Las Vegas, apesar de ter feito sucesso nos palcos nova-iorquinos, o espetáculo foi concebido para ser uma festa, quase como um show de rock, e pro isso, Las Vegas seria mais adequado. A proposta é tão diferente, que dentro do teatro são vendidas bebidas alcoólicas e eram distribuídos lanterninhas em formato de esqueiro para o público poder usar ao final do espetáculo. A vibe de Vegas prevaleceu e o espetáculo estreou lá em 2012 e permaneceu em cartaz até o final de 2016.
Uma curiosidade é que, apesar de o Bourbon Room, onde se passa o espetáculo, não ter sido inspirado em uma casa de shows real, foi criado, após a estreia do filme, um bar, localizado em Las Vegas com esse mesmo nome, todo com uma decoração inspirada no filme.
Em peças de teatro, filmes, livros, musicais é comum que a história seja desenvolvida por um ponto de vista da história bem comum, onde jovens, com seus sonhos e ambições vão para Los Angeles, Nova York ou qualquer outro centro cultural, em busca de fama e sucesso. ‘Rock of Ages’ vem para romper com esse conto de fadas e contar a história real, que acontece com a grande maioria desses jovens, onde os sonhos não são realizados, se há finais felizes, eles são muito distantes do que se esperava no início, e acabam se tornando apenas mais um na multidão, ou ainda tendo seus sonhos comprados pelas circunstâncias.
Para quem conhece apenas o filme de 2012, o espetáculo teatral é completamente diferente, tanto na história, quanto nas músicas e nos personagens! Assisitir ‘Rock of Ages’ em um palco será uma experiência completamente nova. A começar com o casal central: Sherrie e Drew. Sherrie Christian é uma jovem do interior que decide se mudar para Los Angeles, na busca de realizar seu sonho de ser uma atriz de Hollywood. Lá ela conhece Drew, um garçom de uma famosa casa de shows, o Bourbon Room, na busca de se tornar um famoso cantor de rock. Os dois se apaixonam imediatamente, mas pela aparente falta de interesse do garoto, Sherrie acaba se relacionando com Stacee Jaxx, seu ídolo do rock.
Até ai nada muito novo, as coisas começam a mudar quando entramos no núcleo secundário. No filme esse núcleo é resumido na figura de Patricia, interpretada por Catherine Zeta-Jones, que tem como único objetivo destruir o Bourbon Room, por acreditar que lá é um berço da imoralidade. E para defender vemos apenas Lonny e Dennis.
Já no musical esse núcleo é bem mais desenvolvido (e divertido, diga-se de passagem). Como defensora da casa de shows temos Regina, uma hippie, secretária do Prefeito da cidade, que luta para manter viva a cultura da cidade. Do outro lado, temos um executivo alemão, Hertz, que junto de seu filho Franz, querem derrubar o Bourbon Room para construir uma gigantesca área de comércio.
Lonny também é outro personagem que assume um papel bem diferente no musical: ele é responsável por narrar a história, de forma complexa, além de interagir com o público e explicar o que está acontecendo de uma forma super cômica, ele também tem seu próprio desenvolvimento, no estilo do Homem da Poltrona, de ‘A Madrinha Embriagada’, ou do Policial de ‘Urinal’.
Que venha ‘A Era do Rock’!