Allan Oliver é o autor do musical "Só Se For a Dois" e bateu um papo com o Backstage Musical para falar sobre o espetáculo que está em cartaz em São Paulo, confiram:
Você pode contar um pouco sobre o que é ‘Só se for a dois’? Só Se For a Dois conta a história de Danilo que está descobrindo sua sexualidade e desejos ao passo que está passando por diversos acontecimentos como descobrir que sua namorada está doente, e uma oportunidade se apresentar no exterior e alavancar sua carreira.
Como surgiu a ideia de escrever esse musical? Surgiu através do desejo de construir mais um espetáculo que aborde um tema que seja debate nas rodas entre os jovens, e após o sucesso de Bullying, que abordava o tema que dava o título acreditamos que um musical que fala sobre sexualidade com clássicos da MPB é um ótimo caminho para levar conhecimento e cultura da melhor qualidade, pois muitas canções não são conhecidas pelos adolescentes.
O musical trata de um assunto bem pesado, que é o câncer. Quais foram os cuidados necessários à ser tomados, ao se falar sobre isso? A pesquisa sobre a doença foi o primeiro passo, inclusive trocas de experiências entre elenco, a missão da nossa produtora é trazer à tona temas como sexualidade, bullying, câncer, entre outros com naturalidade, e usando o subjetivo e a magia que o Teatro Musical proporciona para tocar o público com leveza.
Que esse musical traz de novidade na sua carreira? É o primeiro trabalho que deixo de lado a comédia como gênero central, o trabalho anterior Bullying foi escrito como um sitcom, quebrando a quarta parede, personagens caricatos, que se apresentavam quase que como desenhos animados, já Só Se For A Dois traz uma proposta novelesca com cenas fortes e dramáticas, o que foi um desafio para mim como escritor e diretor.
Por que todos devem vir assistir assistir esse musical?
Para refletir e se colocar no lugar do outro, em especial do Danilo, vivemos em um período onde apontar os dedos é mais corriqueiro que estender as mãos, e acompanhar as descobertas de Danilo e um exercício parra observar como é difícil o processo de autodescoberta, além de ter que lidar com família, carreira e sociedade, as quais estão sempre cobrando constantemente posições de nós, sem saber o que enfrentamos em nosso interior.