Como todo mundo, nós também estamos super animados com a segunda temporada da série da Netflix, "The Umbrella Academy", inspirada nos quadrinhos de Gerard Way e do brasileiro Gabriel Bá. E lógico, não podíamos deixar de imaginar o quão divertido poderia ser ver essa série sendo transformada em um musical, então, separamos alguns motivos para provar que não seria uma má ideia. Antes de mais nada, para quem ainda não assistiu a essa série (e garanto que precisa assistir agora), "The Umbrella Academy" conta a história de sete crianças que nasceram no mesmo dia e foram adotados por Hargreeves, um milionário excêntrico que os treinaria para virarem super-heróis. Com o passar dos anos, cada um segue seu caminho, se afastando de seus irmãos, mas tudo muda quando o Number Five, que havia desaparecido, retorna no enterro de Hargreeves, dizendo que o mundo irá acabar em sete dias, e eles precisam impedir.
1. Não é uma simples série de super-heróis Diferente de outras séries de super-heróis, por mais que o tema central de "The Umbrella Academy" seja uma família com super poderes que costumava combater o crime quando ainda eram crianças, especialmente sua primeira temporada, tem um foco muito grande em desenvolver o arco dramático de cada personagem, e suas vidas após se afastarem da Umbrella Academy, quando muitos deles já aposentarem seus poderes. Essas cenas de drama familiar acabam se sobressaindo às poucas de ação (o que acaba mudando na segunda temporada, mas a gente está supondo que um musical dessa série seria baseado na primeira temporada, com um foco especial no primeiro quadrinho) e trazendo um brilho a mais para série, junto de seus personagens apaixonantes justamente por serem extremamente reais e distante de seus poderes.
Isso tudo abre bastante espaço para cada um dos personagens cantar seus grandes solos dramáticos, desenvolvendo suas diversas camadas, trazendo uma riqueza para a trama, e fazendo com que cada um desses personagens, que por si só já são extremamente cativantes, brilhem ainda mais. Além de facilitar a adaptação para os palcos, já que talvez o único grande efeito especial necessário seja para dar vida aos poderes da Vanya no final do espetáculo, e inclusive, dispensaria grandes mudanças de cenário, que que grande parte da ação poderia se passar na casa dos Hargreeves, ou na ópera que a Vanya tocaria. Isso tudo ajudaria a não dispersar a atenção de uma história que tem muito para se falar.
2. Curar um trauma da Broadway
Quando se pensa em musicais de super-herói na Broadway, é inevitável que a primeira coisa que venha na cabeça é o maior fracasso de sua história: 'Spider-Man Turn Off the Dark', o espetáculo que alcançou a marca de mais caro da história da Broadway, apostando em grandes efeitos visuais, cenas de vôos extremamente perigosas para o elenco, e falhando em contar uma boa história com boas músicas.
"The Umbrella Academy" tem tudo para sem o anti-Spider-Man. Mesmo sendo uma série de super-heróis, não demanda tantos efeitos especiais e cenas de ação, com poderes da maioria dos irmãos sendo fáceis de serem reproduzidos em um palco, e não depende também de tantos cenários, sendo possível ser levando sem um orçamento tão exorbitante, e se apoiando, especialmente pelos motivos mencionados anteriormente, em um texto com uma trama muito forte, e músicas emocionantes. Mostrando para a Broadway que, mesmo com o fracasso de Siper-Man, a linguagem de quadrinhos e teatro musical ainda poder conversar, caso seja seguido o caminho do total oposto.
3. Aproximar o público um pouco mais dos quadrinhos Mesmo tendo que reduzir muita coisa da série para caber em um espetáculo de duas horas e meia, criar um espetáculo, uma nova forma de contar essa história é ter mais uma chance de voltar às raízes dos quadrinhos e trazer alguns elementos que não foram explorados, trazendo novas perspectivas para essa história. Caso fosse inspirado na primeira edição, Apocalypse Suite, seria nossa chance de conhecer a Orchestra Verdammten.
4. Gerard Way
E é claro, se estamos falando de um quadrinho de Gerard Way, vocalista e principal responsável pelas composições da banda My Chemical Romance, não teria outra pessoa melhor para fazer a trilha sonora. Suas composições são sempre extremamente teatrais, buscando sentimentos profundos, que trazem uma fácil identificação.
O compositor já flertou com contar história através de músicas duas outras vezes, em dois concept albuns da banda, "The Black Parade" e "Danger Days". O primeiro narra a história de um paciente com câncer, prestes a morrer e suas memórias de vida. Já com "Danger Days" o buraco vai ainda mais fundo, enquanto compunha o álbum, Gerard também estava escrevendo o quadrinho "The True Lives of The Fabulous Killjoys", então foi impossível não associar uma coisa a outra, o quadrinho funciona como continuação da história do álbum, mostrando a vida de um grupo de jovens que se denominam Killjoys, e vivem à margem do futuro distópico em que vivem, lutando contra a Better Living Industries, que domina toda a Battery City.
Para a série do 'The Umbrella Academy', Gerard compôs duas novas músicas, uma para cada temporada, a da primeira foi 'Hazy Shade of Winter', que traz bastante a energia sombria da primeira temporada. Para a segunda, foi a 'Here Comes The End', super animada, poderia ser aquele final de primeiro ato impactante, com todo o elenco, como a gente adora.
5. A trilha sonora da série
Ok, mesmo com o motivo anterior sendo um forte argumento para as músicas do musical serem compostas por Gerard Way, precisamos concordar que mesmo sem ele, não estaria tudo tão perdido assim. Um dos aspectos que sempre se sobressai da série é a sua trilha sonora sensacional, que vai desde um medley lindão do Fantasma da Ópera tocado no violino no primeiro episódio, até Queen, ou, na segunda temporada, Adele e Billie Eilish.
6. Cenas icônicas de dança
Aqui é um fato: não existe "The Umbrella Academy" sem suas cenas icônicas com o elenco dançando. É impossível não se encantar pela cena em que Allison dança com Luther, ou se divertir com a cena da segunda temporada em que Allison, Klaus e Vanya, os três bêbados, dançam juntos no cabeleireiro. mas é claro, a cena mais icônica de todas é logo no início da primeira temporada, onde os irmãos ao som da música "I Think We're Alone Now", e obviamente a gente não poderia deixar de querer ver essa cena acontecer num palco.
7. Emmy Raver-Lampman
É óbvio que não poderíamos deixar de exaltar esse elenco lindo e extremamente talentoso que a série traz, com destaque para Aidan Gallagher, que interpreta o Number Five, um senhor de 58 anos preso no corpo de um jovem de 14. Mas queria falar aqui especificamente de Emmy Raver-Lampman, que interpreta Allison. Apesar desta ser sua estreia na televisão, Emmy já interpretou diversos papéis icônicos do teatro musical, como Elphaba e Angelica, nas turnês norte americanas de Wicked e Hamilton, além de ter integrado o elenco original de Hamilton na Broadway. O quão sensacional seria se o primeiro papel de destaque da atriz na Broadway fosse para reviver a personagem que ela interpretou na série?
O que vocês acham? Concordam que "The Umbrella Academy" daria um ótimo musical? Ou a Broadway ainda não está pronta para isso?