Quem já foi conferir “Um Grande Encontro, o Musical” com toda certeza se divertiu com a Dona Anunciação, personagem vivida brilhantemente por Larissa Carneiro. Com uma vasta experiência cênica, a atriz já esteve em produções de destaque como “Se Essa Lua Fosse Minha”, “Azáfama; Substantivo Feminino” e “Como Se Diz eu Te Amo”. Seu trabalho mais recente foi em “Uma Vida ao Som de Carole King” um jukebox com músicas em inglês e agora, ela traz vida à grande figura materna da trama permeada pelos hits dos álbuns O Grande Encontro, um marco da MPB nas vozes Alceu Valença, Elba Ramalho, Geraldo Azevedo e Zé Ramalho.
A produção cheia de ritmo, brasilidade e cores tem direção artística de Jarbas Homem de Mello e Túlio Rivadávia. Confira a conversa que o Backstage Musical teve com Larissa Carneiro, e conheça mais sobre sua carreira e como tem sido integrar o elenco de “Um Grande Encontro, o Musical”.
Larissa, conta pra gente como foi o início da sua trajetória artística e como você se descobriu dentro d o Teatro Musical.
Comecei aos 13 anos quando entrei no Balé Folclórico Arte Popular De Fortaleza, que é um grupo de danças folclóricas - como o próprio título já traz - populares e de salão. Eu sempre gostei de cantar e atuar e fazia apresentações amadores na escola e para amigos nas viagens do grupo de dança. Até que ao prestar vestibular lá 2004, escolhi Artes Cênicas como meu curso de graduação. A partir daí não parei mais.
Paralelo a faculdade, estudei canto Popular no Conservatório de Música Alberto Nepomuceno e em ambas instituições eu fazia apresentações artísticas juntando as três habilidades - canto, dança e música. Até que em 2009, mais ou menos, meu amigo de faculdade, Glauver Souza, começou a montar alguns números e espetáculos de musicais famosos e me chamou pra participar.
Eu já amava musicais desde a infância mesmo sem saber direito o que era. O formato já me encantava. Então quando recebi o convite eu apenas aceitei como algo natural que eu já sentia pertencer de alguma forma (risos). Com o Às de Teatro, grupo do Glauver, participei de montagens livres de Hairspray - (Motormouth Maybelle) e Company (Joana). Com o último, inclusive, ganhei o Prêmio Balaio de Melhor Atriz de 2011 no circuito profissional. Foi então que eu decidi vir para o Sudeste em 2012 para trabalhar nesse mercado.
Depois tem participado de produções como "Se Essa Lua Fosse Minha", "Como é Que Se Diz Eu Te Amo" e "Azáfama", todas elas produções nacionais, que apostam no teatro musical brasileiro. Como tem isso para você a experiência para você?
Minha primeira produção profissional no eixo SP- RJ foi com ‘O Frenético Dancin Days’ (2018), seguido de ‘Dona Ivone Lara - Um Sorriso Negro’ (2019) e depois os outros três mencionados. Fazer musical brasileiro é uma delícia pelo fato de falar diretamente com a gente. É algo familiar onde a identificação se dá rapidamente por ser algo nosso e conhecido.
As pessoas gostam de saber e se reconhecer nas histórias, se sentirem próximas das narrativas ou ter alguma lembrança de vida envolvendo aquela música ou aqueles personagens. E isso é delicioso de se sentir. Além do fato de a cada produção, deixamos registrado e documentado, de alguma forma, um recorte de nossa história, povo, país e cultura.
Confira Larissa Carneiro em cena como Dona Anunciação e outros destaques de sua carreira
Você é cearense. Como é para você fazer parte de um projeto tão expressivo como o musical "Um Grande Encontro" e apresentar um pouco da sua cultura para o público do sudeste?
Existem vários Brasis nesse nosso Brasil. Somos diversos, cheios de riqueza e pluralidade cultural que merece ser apresentada e compartilhada. Então, fazer parte desse projeto tem sido fazer um reencontro com minhas raízes, minha terra, com os meus. Ainda que a história não se passe no Ceará mas nós nordestinos temos uma identidade cultural compartilhada desde a culinária, atravessando a música, a vestimenta, o comportamento e os costumes.
Portanto, ainda que tenhamos nossas particularidades nos nove estados que compõe a região Nordeste, somos irmãos e é uma alegria poder espalhar e contagiar o público sudestino com nossas histórias, jeitos, maneirismos e principalmente ser farol de força e inspiração para todos os nordestinos que aqui estão e moram e que sentem tanta saudade de casa.
Como foi para você fazer a construção da Dona Anunciação? Quais as semelhanças entre você e o sua personagem?
Dona Anunciação tem sido um verdadeiro presente para mim. Ela é daquelas personagens que tem espaço para explorar e isso para um ator é puro ouro. Ao receber a personagem, recebi o direcionamento de construí-la levando em conta o arquétipo puro da mãe - acolhedora e amorosa. Mas também me permitiram criar em cima dessa ideia e trazer a camada Nordestina para essa mulher.
Mãe é mãe em todo lugar. Essa é a base da personagem, mas o lugar de onde ela vem e sua história é o que traz as cores singulares dessa senhora. Ela é cômica porque está no seu sangue e não por querer fazer rir, necessariamente. Ao mesmo tempo é firme e forte. Aterrada em si, sabe ser amorosa e paciente pois sabe que tudo tem sua hora de chegar.
A Larissa tem as sementinhas do que Dona Anunciação já se fez árvore.
Tanto em "Como é Que Se Diz Eu Te Amo", "Uma Vida ao Som de Carole King" como em "Um Grande Encontro" temos uma trama intermeada por músicas que são verdadeiros hits, que furam a bolha do teatro musical. Como você tem percebido a resposta do público durante as apresentações?
Isso é um ponto maravilhoso. A música é uma ferramenta que atravessa gerações, permeia histórias, embala momentos especiais. Então, ali no espetáculo percebo que rola uma mistura entre as histórias pessoais do espectador que tinham essas músicas presentes nessas vivências com a narrativa contada por nós no palco. O que é de uma riqueza sensorial, mental, emocional e neurológica incrível. Nesses momentos há uma explosão de memórias e realidade presente, tudo junto e misturado. Eu amo (risos).
Qual o seu momento favorito do musical? Qual cena/música você mais se diverte fazendo?
Que difícil. Mas a cena da despedida de Tom e Dona Anunciação seguido da música "Canção da Despedida", com certeza, está no meu coração. É uma cena difícil pela carga emocional mas muito divertida de se fazer. Cada palavra, cada intenção naquele momento de ápice da vida dos dois, ser vivido no palco, no momento presente é um deleite de se fazer.
Por fim, por que as pessoas não podem deixar de conferir "O Grande Encontro"?
Porque o musical está LINDO. Com um elenco talentoso, diverso, rico e plural trazemos uma história leve e emocionante para o público Paulista. Cheio de cores, hits musicais e dança, o espectador é transportado para o calor gostoso e poético que só o Nordeste tem. Vale a pena nos assistir. Em cartaz no Marte Hall de sexta a domingo ate 1° de setembro. VENHAM!!!!
SERVIÇO
Um Grande Encontro, O Musical
Teatro Marte Hall (R. Domingos de Morais, 348 – Vila Mariana, São Paulo – SP)
Sessões: Sexta-feira 21h, Sábado e Domingo às 15h30’ e 19h
Ingressos a Venda na Bilheteria ou pelo Olha O Ingresso
Essa atriz é nota milll, parabéns pra Larissa Carneiro e todo elenco, merecem aplausos são maravilhosos só talento.👏👏👏👏👏👏👏👏