Foto: Ariel Venâncio
Unanimidades costumam ser questionadas, mas há belezas de tal vigor que se impõem acima das diferenças. Bibi Ferreira é uma estrela. O tempo é presente, porque ela permanece cada vez mais importante para a história do teatro brasileiro. Em 2022, ainda mais: é o ano do centenário de uma das maiores atrizes do mundo, rara unanimidade entre seus pares, imprensa e o público. Bibi. 4 letras, corpo franzino. Senhora absoluta da cena. Uma vida inteira dedicada aos palcos. Quase 80 anos brilhando em montagens históricas, como ‘ Gota D´água’, ‘Piaf’, ‘My Fair Lady’, ‘O homem de la mancha’ e ‘Alô Dolly’, entre outros. Essa trajetória coroada é novamente contada em cena com ‘BIBI, uma vida em musical’, que reestreia no Rio em 03 de junho, no Teatro Riachuelo, para celebrar o centenário daquela que é, para muitos, o maior nome do teatro brasileiro de todos os tempos. Em São Paulo, a nova temporada tem início em 02 de setembro, no Teatro Claro.
BIBI, uma vida em musical tem texto de Artur Xexéo e Luanna Guimarães, e direção geral de Tadeu Aguiar. Amanda Acosta volta a viver Bibi, em interpretação super premiada (Melhor atriz 2018 – APCA, Bibi Ferreira, Reverência, Cesgranrio, entre outros). O musical tem uma trajetória vitoriosa: 44 prêmios e 110 indicações. Apresentado pelo Ministério do Turismo e Circuito Cultural Bradesco Seguros, através da Lei de Incentivo à Cultura, o espetáculo é uma realização da Negri e Tinoco Produções Artísticas (‘Excepcionalmente Normal’ e diversos shows de Thereza Tinoco e Áurea Martins).
O musical reúne 17 atores em cena: além de Amanda Acosta, estarão no palco Chris Penna, Gottsha, Simone Centurione, Rosana Penna, João Telles, Fabricio Negri, Carlos Arruza, Carlos Darzé, André Rayol, Julie Duarte, Fernanda Misailidis, Flávio Moraes, Larissa Landim, Luísa Vianna, Leonam Moraes, Daruã Góes e Léo Araújo.
“Não consigo lembrar de mim fora de um teatro”. Assim se descrevia Bibi Ferreira, 96 anos de vida e 76 como atriz, cantora, diretora e produtora. A trajetória pessoal e profissional dessa estrela brasileira só poderia ser contada e celebrada levando para o palco o próprio palco, das companhias de comédia, do teatro de revista, dos grandes musicais e do teatro engajado em que ela atuou.
Em BIBI, uma vida em musical, a história familiar, profissional e amorosa da artista se enredam. A formação em música, dança e línguas estrangeiras foi estimulada pela mãe Aida Izquierdo, bailarina espanhola. A estreia profissional no teatro, aos 19 anos, foi pela mão do pai, o ator Procópio Ferreira, em papel escrito por ele para a filha. Assim, o musical percorre todas as fases da vida de Bibi, da escolha do seu nome, sua preparação para os palcos, os espetáculos musicais como os inesquecíveis ‘Gota d’Água’, de Paulo Pontes e Chico Buarque, ‘My Fair Lady’, ‘Alô Dolly’ e ‘Piaf, a Vida de Uma Estrela da Canção’, seus casamentos, o nascimento da filha única, Tina Ferreira, as viagens para Portugal e Inglaterra a trabalho, a homenagem da escola de samba Viradouro até sua chegada a um teatro da Broadway, aos 90 anos.
O espetáculo celebra ainda o legado de Artur Xexéo, que partiu no ano passado. Um dos maiores jornalistas brasileiros, autor de espetáculos como ‘Cartola – O Mundo é um Moinho’, ‘Eu Não Posso Lembrar Que Te Amei – Dalva e Herivelto’, ‘Hebe, o Musical’, era fã confesso e avaliou a importância de Bibi Ferreira na profissionalização do ator no Brasil, em relação ao seu ofício. “No teatro musical, ela foi, sem dúvidas, a primeira atriz brasileira pronta para o gênero. Antes dela, havia as vedetes de revista, não necessariamente atrizes”, diz o coautor do texto.
Sob direção musical de Tony Lucchesi (‘A Cor Púrpura’, ‘Eu não posso lembrar que te amei–Dalva e Herivelto’) o elenco interpreta 33 canções. Cinco delas foram criadas especialmente para o espetáculo, com letra e música de Thereza Tinoco, que já teve composições gravadas por Simone, Ney Matogrosso, Lucinha Araújo, entre outros. Um dos grandes sucessos compostos por Thereza foi a canção ‘O Viajante’, tema do personagem de Tony Ramos, na novela Baila Comigo, da TV Globo. Thereza compôs ainda para vários espetáculos infantis, como ‘Fica Combinado Assim’, de Herval Rossano, além de dois números musicais para ‘Bibi in Concert Pop III’, a pedido de Bibi Ferreira.
BIBI, uma vida em musical tem direção geral de Tadeu Aguiar (‘A Cor Púrpura’, ‘Quase Normal’, ‘Ou tudo ou Nada’, ‘Essa é a nossa Canção’, ‘4Faces do Amor’, ‘Para sempre ABBA’, ‘Eu não posso lembrar que te amei–Dalva e Herivelto’). A direção musical é de Tony Lucchesi, com música original de Thereza Tinoco.
FICHA TÉCNICA – BIBI, uma vida em musical
Autores Artur Xexéo e Luanna Guimarães
Direção Tadeu Aguiar
Direção musical Tony Lucchesi
Música original Thereza Tinoco
Duração 165 minutos
Indicação Etária 10 anos
Cenários Natalia Lana
Figurinos Ney Madeira e Dani Vidal
Coreografia e direção de movimentos Sueli Guerra
Desenho de luz Rogerio Wiltgen
Desenho de som Gabriel D’Ângelo
Assistência de direção Flavia Rinaldi
Assistência de coreografia Olivia Vivone
Assistência de direção musical Alexandre Queiroz
Assistência de iluminação Wagner Azevedo
Coordenação Geral de Produção - Thereza Tinoco
Coordenação de Produção – Gheu Tibério
Produção Executiva – Edgard Jordão
Direção de Produção Claudia Negri
Assistentes de produção – Magnólia Gomes e Valter Teixeira
Idealização e Realização - Negri e Tinoco Produções
Serviço
Teatro Riachuelo
Rua do Passeio 38 – Centro
Temporada: 03 de junho a 31 de julho
Sessões
Sexta- 20h
Sábado - 16h e 20:30h
Domingo – 18h
Ingressos : Sympla
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