Com musicais como “O Despertar da Primavera”; “West Side Story” e “Mamma Mia!” no currículo, o jovem Victor Medeiros tem chamado atenção pelo carisma em cena. Com apenas 25 anos de idade, o ator encarna seu primeiro protagonista em “Um Grande Encontro, o Musical”. Idealizado por Márcio Sam, Rose Dalney e Túlio Rivadávia, o musical tem direção artística de Jarbas Homem de Mello e propõe uma grande homenagem às canções dos álbuns O Grande Encontro (grande sucesso da MPB com Alceu Valença, Elba Ramalho, Geraldo Azevedo e Zé Ramalho), e conta uma história inspiradora sobre correr atrás do seu grande sonho de vida onde Tom é o fio condutor.
Confira a conversa que o Backstage Musical teve com Victor Medeiros, onde ele compartilhou um pouco de como tem sido viver Tom nessa incrível produção:
Victor, conta pra gente como foi o início da sua trajetória artística e como você se descobriu dentro do Teatro Musical
Eu sempre fui muito apaixonado por música, comecei a aprender violão com 11 anos sozinho porque achava o máximo, amava cantar nos festivais de talento, o teatro nem passava perto da minha cabeça, apesar de ter frequentado muito teatro popular durante a infância, principalmente um show de mamulengos que meus pais me levavam todo domingo. Mas com uns 12 anos, um amigo do colégio me perguntou se eu não queria entrar no grupo de teatro com ele e eu cheio de preconceito disse que era “coisa de gay e não ia”. Entrei e me apaixonei.
Logo em seguida esse mesmo amigo me chamou pra fazer parte de um grupo de teatro que montava musicais numa escola de inglês de Recife, a ABA, mais uma vez eu falei “Teatro musical? Aí que é coisa de gay mesmo”. Fiquei 5 anos nesse grupo e minha paixão por musicais só cresceu: Corri atrás de estudar canto, dança e entrei na faculdade de teatro assim que saí da escola, realmente só faltou ser gay mesmo rs.
Depois de estar em produções como “Despertar da Primavera”, “West Side Story” e “Mamma Mia”, você vive seu primeiro protagonista num musical totalmente brasileiro. Como tem isso para você a experiência de “Um Grande Encontro”?
Tem sido um mar de descobertas e reencontros comigo mesmo. Já fazia um tempo que eu andava manifestando que queria fazer um trabalho que me representasse da forma mais genuína possível e Um Grande Encontro caiu como uma luva. Eu amo todos os trabalhos que eu fiz e todas as pessoas envolvidas, mas quem vem de fora sabe que pedem para apagar um pouco do que você é para mixar com algo que vai soar mais agradável aos ouvidos do público daqui.
Confira alguns destaques da carreira de Victor Medeiros
Você é pernambucano, nascido e criado em Recife. Como é para você fazer parte de um projeto tão expressivo como o musical “Um Grande Encontro” e apresentar um pouco da sua cultura para o público do sudeste?
Pernambucano é com certeza o povo mais bairrista do mundo, eu mesmo sou um fanático pelo meu estado e por sua cultura, do litoral ao sertão, já que grande parte da família de mainha vem do interior, de São José do Belmonte. Sou apaixonado pelo melhor carnaval do mundo, vou todo ano desde os 5, passei 5 anos longe, foi difícil, mas nos reencontramos esse ano e com certeza foi um momento de deixar mais fresco tudo que eu levaria de bagagem para esse espetáculo.
Fora isso, eu estou cercado de pessoas que são tão apaixonadas quanto eu e artistas fenomenais: Aprendi e pude trocar com todos do elenco, cada um com uma vivência única que misturando tudo sai aquela explosão de cores e sons que vocês veem no palco. Não se encontra um elenco desse todo dia.
“O Grande Encontro” foi um projeto enorme dentro da história da MPB, que bateu recordes de vendas de discos, sendo um grande sucesso de público. Você tem alguma história pessoal ligada com esses artistas e as músicas desses álbuns?
Acho que nada muito específico, os quatro sempre estiveram presentes em vários momentos da minha vida, no carnaval, no São João, em festas de família, mas especificamente o Zé Ramalho era alguém que sempre tocava quando eu me reunia com dois amigos, Digo e Ferraz, meus Litos da vida real (em alusão à Lito, o personagem do ator Marcio Sam, e melhor amigo do protagonista interpretado por Victor), pra a gente sofrer nossas desilusões amorosas.
Como foi para você fazer a construção do Tom? Quais as semelhanças entre você e o seu personagem?
Acho que esse foi o personagem “mais fácil” de construir, porque na verdade não tinha tanto o que construir, eu e Tom somos absurdamente próximos, de cara, dividindo o mesmo sonho, orgulhosos de onde viemos, destemidos de enfrentar o mundo tão jovens, intensamente apaixonados na mesma medida.
Mais que isso, a relação que tenho com a minha mãe é do mesmo jeitinho, tendo o deleite que é trocar com a Larissa Carneiro (intérprete de Dona Anunciação), essa musa que captou tudo de todas as conversas que a gente teve durante o processo, e assim como Tom, meu pai também se foi há pouco tempo e sei que dali a gente se reconheceu, eu senti o que ele passou e como tudo se transformou também porque amor não morre, se transforma, em presença ou saudade.
Tanto em “Mamma Mia” como em “Um Grande Encontro” temos uma trama intermeada por músicas que são verdadeiros hits, que furam a bolha do teatro musical. Como você tem percebido a resposta do público durante as apresentações?
Fora as músicas que adiantam ação, temos também momentos de show, o que é uma delícia! É um momento de troca direta com o público, com músicas icônicas, é uma energia deliciosa e não dá pra ser mais feliz do que fazer isso cantando e tocando todas as músicas que já tocava nas rodinhas de violão da família e que cruzam com a história de tantas pessoas.
Victor, você ainda está no começo de sua carreira, mas tem feito trabalhos de bastante relevância dentro do Teatro Musical: Qual o conselho você daria para quem pretende começar nessa trajetória e quem sabe, como você, sair da sua cidade em busca de oportunidades?
Primeiro de tudo é que toda bagagem conta. Daí pra frente, muito estudo: eu não paro de estudar nunca, além de acrescentar sempre artisticamente, nunca fazemos nada sozinhos, então são sempre bons momentos pra conhecer gente que vai trabalhar com você no futuro.
Por fim, por que as pessoas não podem deixar de conferir “Um Grande Encontro”?
Um Grande Encontro é a peça pra a gente celebrar o Brasil, uma história que é um pouco de cada um de nós, a gente se identifica com quem sonha, com quem ama, com quem é capaz de cometer loucuras pelo que acredita. São 17 atores, cantores, dançarinos e instrumentistas de todos os cantos do país se envolvendo nos maiores primores da música brasileira e nordestina. Não prometemos nada, mas entregaremos tudo!
SERVIÇO
Um Grande Encontro, O Musical
Teatro Marte Hall (R. Domingos de Morais, 348 – Vila Mariana, São Paulo – SP)
Sessões: Sexta-feira 21h, Sábado e Domingo às 15h30’ e 19h
Ingressos a Venda na Bilheteria ou pelo Olha O Ingresso