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Você conhece Alexander Hamilton?



“Bastardo, órfão e filho de uma prostituta”, é assim que Alexander Hamilton é descrito logo no primeiro ato do musical de Lin-Manuel Miranda.


A peça que se tornou sucesso na Broadway e um verdadeiro fenômeno mundial está disponível no Disney+. A produção trouxe o interesse por essa figura da história dos Estados Unidos.


Antes de ter sua vida relacionada com a fundação dos Estados Unidos, Hamilton vivenciou episódios muito difíceis. Nascido na então colônia britânica de Nevis, o revolucionário foi abandonado pelo pai, sendo criado somente pela mãe. Contudo, no ano de 1768, ela faleceu de febre amarela. Aos 13 anos, Alexander estava órfão.


O jovem foi acolhido por sua comunidade local e, assim, passou a desenvolver interesse por economia e se tornou um leitor voraz. Entretanto, em 1772 um furacão devastou a ilha de Santa Cruz, no Caribe, onde ele havia se estabelecido. Essa tragédia na vida de Hamilton que fez com que os olhos da cidade se voltassem para seu talento notável, já que o jovem escreveu um relato sobre o furacão e estampou jornais do Caribe com seu texto. Isso mudou sua trajetória.


Admirado por seus escritos que demonstraram seu nível cultural elevado e por ser tão novo, houve uma mobilização de membros da comunidade na qual vivia para que fosse enviado aos Estados Unidos.


Com a ajuda de sua comunidade, em outubro de 1772, ele chegou a Nova York para estudar direito. Não demorou muito para que o advogado iniciasse sua história na política. Atuando na guerra de independência dos Estados Unidos. Devido à sua participação e seus contatos, posteriormente acabou nomeado como representante de Nova York no Congresso da Federação, dando início a sua carreira política no país.


Após o ato de Quebec — que limitava a expansão das colônias britânicas — o então estudante se alistou no exército e lutou pela liberdade dos norte-americanos. Foi assim que se tornou peça chave para a independência do país. Hamilton, além de atuar ao lado do movimento pela independência, foi um dos articuladores dos Papéis Federalistas, conjunto de escritos que contribuíram para a escrita da primeira constituição dos EUA.


Hamilton também foi convidado por George Washington para ser secretário do tesouro, um dos cargos mais importantes do país. Auxiliou na estruturação econômica estadunidense e forneceu as bases para o sistema econômico do país, colaborando para que este passasse de país endividado com a guerra para equilibrado financeiramente.


Nas eleições de 1800, o partido de Hamilton foi derrotado por um de seus maiores rivais na política, Thomas Jefferson. Na época, presidente e vice eram eleitos de maneira separadas, na ocasião, Jefferson concorria com Aaron Burr. Mesmo com as divergências entre Thomas e Alexander, o federalista decidiu apoiar abertamente o candidato do partido oposto, afirmando que preferia eleger alguém “com princípios diferentes” do que “alguém sem princípios”. Entretanto, Burr se sentiu ofendido com o posicionamento do federalista e marcou um duelo. Na época, tais lutas estavam proibidas, mas, aconteciam mesmo assim. Em seu testamento Hamilton escreveu que pretendia abdicar de seu tiro, contudo, Burr não fez o mesmo. O homem atingiu Alexander — que não resistiu aos ferimentos e faleceu em 12 de julho de 1804.


Por muito tempo, o homem que atualmente estampa a nota de dez dólares, havia sido deixado de lado pelo próprio povo — já que não tinha o mesmo reconhecimento histórico que outros parceiros, como George Washington, por exemplo. De qualquer maneira, o político foi crucial para a independência dos EUA, além de ter sido um dos fundadores do país e primeiro secretário do Tesouro, ele também desenvolveu a base da constituição norte-americana.


Contudo, nos últimos seis anos, o ‘esquecimento’ de Alexander teve um fim e sua história voltou a chamar atenção após ser tema do musical Hamilton (2015). A produção premiada que venceu 11 Tony’s; o Grammy de Melhor Álbum de Teatro Musical; e também o Prêmio Pulitzer de Drama de 2016, trouxe a trajetória de Hamilton de volta aos olhares do público.


Fonte: Aventuras na História

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